terça-feira, 29 de abril de 2008

A PROCURA DE UM CAMINHO


Ronaldinho Fenômeno é um homem triste. Suas escolhas nunca foram acertadas. Ele nunca soube dar um padrão equilibrado a sua vida sentimental, sempre envolto com figuras do submundo e sujeito assim a estar sendo vítima de escândalos, extorsões e coisas do gênero, como aconteceu agora que se reuniu com três travestis num motel da Barra.

Ronaldo Nazário teve sorte na vida para conseguir fazer com que o seu futebol o elevasse a condição de astro, proporcionando-lhe ganhos fora dos padrões normais. E foi exatamente assim que teve sua volúpia pelos encontros furtivos com gente envolvida na prostituição que o caracterizaram. Criou fama e fez a fama de muitas mulheres com quem saiu.

Desta feita ele se perdeu quando se rendeu aos encantos de três ¨meninas¨ e com elas quis fazer uma festinha particular no motel, sem saber que eram homens. Ronaldo foi envolvido numa teia e acabou virando notícia em todos os lugares do mundo, mesmo com os indícios claros de que foi vítima.

Ronaldinho temeu pelo fim de sua carreira, pelo fim do prestígio que alcançou na atividade profissional e chegou a ceder a chantagem. Devia ter sido um pouco mais cuidadoso, mais equilibrado e lembrar que por esse caminho não chegará a lugar algum. Na fase de recuperação em que se encontra não será em farras com a prostituição que reencontrará seu caminho.

Não é a assessoria de Ronaldinho que devia estar atuando agora na tentativa de barrar as notícias, mas quem sabe sua mãe. Não seria hora dela tomar as rédeas da situação e vir a público dizer que está cuidando do filho, de seus problemas e que um erro desses não mais acontecerá? Família é tudo na vida de qualquer pessoa. Mas será que há espaço para isso por lá?

Ronaldo enfim é um homem triste, sem rumo, mal amado, mal encaminhado, que pinta de malandro quando não passa de um otário de galochas. Tanto que aí está o resultado de suas atitudes. Tenho dó do Ronaldo. Rezo por sua recuperação e acima de tudo que possa encontrar seu caminho. Quem sabe indo a uma igreja e tendo um encontro com Deus ele não recuperaria a auto-estima e o caminho da felicidade, não é mesmo?!...

terça-feira, 22 de abril de 2008

UM LADO SÓ


O Brasil está estarrecido com tudo que sai na imprensa a respeito do caso Isabela. Uma campanha enorme acabou se montando em torno do assunto e o pai e a madrasta já foram condenados por antecipação, com direito a manifestações torpes, invasão de privacidade e propriedade e declarações da polícia que não se coadunam com uma instituição que tem parâmetros de atuação.

Não estou daqui fazendo a defesa de ninguém, porém tentando ser equilibrado o suficiente para expor que ao longo da vida, com a experiência adquirida na reportagem policial, não há como crer piamente em provas conduzidas por uma polícia que não cansa de demonstrar incompetência em diversas vezes. Se essa polícia fosse tão pródiga em elaboração de provas técnicas quanto querem fazer ver os arautos da imprensa, porque o número de homicídios sem solução é tão assustador, tão incomensurável.

Que capacidade repentina foi essa de produzir provas contra os únicos figurantes conhecidos na cena do crime, sem que a possibilidade aventada por eles de uma terceira pessoa alí ter estado tenha realmente sido alvo de uma investigação aprofundada. A comodidade de pegar o casal e alçá-lo a condição em que ficou era evidentemente mais cômoda e de fácil incriminação, da mesma forma como a produção de provas e mais provas de envolvimento na cena.

O casal pode ser o responsável pelo crime? Pode, lógico. E se não for? Onde ficarão as consciências de policiais, técnicos, imprensa, opinião pública?

Que país é esse onde se condena antes de terminar uma investigação, com provas fabricadas sob uma única ótica?

Não se ouve falar de uma destinação diferente a investigação que não seja na direção de incriminar mais o pai e sua mulher. Para mim, com uma polícia como essa que nós temos, mesmo estando no caminho certo é falácia.

Um pai que mata um filho é um monstro. Pior ainda é outro pai ou mãe querer transformar alguém sem culpa formada em monstro.

Não defendo ninguém aqui, apenas o direito de ver uma investigação isenta, o que não é o caso. Desde o princípio a tendência cômoda é a de ir só num sentido. Até mesmo os laudos foram elaborados seguindo essa ótica e não se observou nenhum outro rumo para elaboração de perícias, etc.

A imprensa por sua vez se acomoda na divulgação de informações ¨exclusivas¨ advindas de autoridades que só enxergam num rumo. Portanto acabou se engajando na rota de incriminação, exclusivamente, observando assim a comodidade de não realizar o jornalismo policial investigativo que realmente é uma especialidade em extinção, mas que ainda mantém alguns grandes nomes no cenário brasileiro, mas que estão distantes do caso.

Mandem até lá um Jarbas Domingos, um Bartolomeu Brito, um Luarlindo Ernesto, repórteres policiais de primeira linha do jornalismo e façam-nos buscar as notícias. Garanto que o lado obscuro vai saltar aos olhos de muita gente que só quer enxergar o que a polícia divulga através de uma imprensa acomodada e sem capacidade de pensar sozinha.

Ninguém tem o direito de fazer um prejulgamento tão açodado. Ao final, o resultado pode até estar certo como tanto falam, mas todas as possibilidades tem que ser analisadas. E isto, infelizmente não tem sido feito.