quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

PERDENDO A MÃO NO BBB


A novela BBB continua em franco progresso e vai revelando as facetas que a direção espera todos os dias, sempre girando em torno da movimentação de casais, da fraqueza de seres humanos apresentados inicialmente como muito bem dotados de intelecto e que em pouquíssimo tempo vão se revelando mais frágeis que crianças. O jogo BBB ficou para trás faz muito tempo. Hoje há uma salada mal preparada em que se adicionam ingredientes intragáveis.

Foi-se o tempo de grupos, de divisões e assistimos a rede de intrigas sendo formada com infantilidade, porém sendo levada extremamente a sério. O engraçado é que ninguém se julga pretendente efetivo a ganhar o prêmio final. Isso hoje em dia parece ir meio no balanço da maré. É como se cada um alí estivesse dizendo para sí mesmo “se vier tudo bem, do contrário foda-se!”.

Ciúme de uma semana, traição de uma semana, entregação de uma semana, sacanagem de uma semana e parece que já estamos na fase final. A cultura de BBB se difundiu com valores altamente discutíveis e lá dentro o que se assiste é um festival engajamento a conceitos que são incutidos na mente dos participantes com poucas instruções que passam na direção e produção.

Infelizmente não há quem esteja disposto a discutir normas, orientações porque o conceito da novela é o que vale e assim cria-se o estímulo prévio a formação de casais, ao sexo encoberto por edredons, como se o público aqui fora não tivesse direito a querer assistir a um jogo como já aconteceu anteriormente.

Não estou daqui me posicionando contrariamente ao comportamento libertário de ninguém, porém o caminho, o trajeto do BBB poderia sim passar por tudo isso, mas privilegiar conceitos que o público aplaudiu no passado e que hoje não recebem nenhum estímulo. Isso contribui para deteriorar, provocando a queda de audiência e o desinteresse porque estão apostando mais uma vez em horizontes sombrios.

Uma mulher chorosa, um casal fazendo sexo escondido, outro querendo fazer e tomando coragem, um intelectual de voz surreal e que não se acha no enredo, uma semi-idosa influenciável e perdida, um motoboy convencido e um ex-militar que serviu a uma força e nada aprendeu, além de outros marionetes, são o rescaldo duvidoso dessa salada que ninguém está digerindo.

Pior ainda é saber que os que lá estão a esta altura, imaginam-se como figuras já abençoadas pela fama e que vão sair em algum momento para gozar das delícias de uma nova vida repleta de benefícios, que jamais pensaram alcançar.

Poderão me chamar de pessimista e agente do caos do BBB. Confesso que o que tenho visto me surpreende pela precariedade e falta de objetividade no que devia ser principal: buscar o prêmio. A busca atual parece ser por desavenças para ver quem é mais forte para enfrentá-las. O próprio discurso do Bial ontem estimulou isso quando taxou opositores como inimigos. Me convenço que todos perderam a mão e fico esperando que todos possam se reencontrar. Caso contrário, estará decretado o fim do BBB.